Saladino Bentes Rocha trabalha na Caern há 48 anos (Foto: Priscylla Meira/Caern) |
O engenheiro civil José Vicente Filho se aposenta nesta quarta-feira
(1º), dia em que o Brasil comemora o dia do Trabalho. Depois de 53 anos
dedicados ao trabalho, o engenheiro deixa a empresa onde passou de
auxiliar de serviços gerais para a direção de um dos setores. O
engenheiro é funcionário da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern).
“Sinto um friozinho na barriga. Foi meio século de trabalho dedicado a
esta companhia e, hoje [terça], me despeço de grandes amigos e levo
comigo grandes saudades”, disse o engenheiro, que passou a fazer parte
do quadro de funcionários do Escritório Saturnino de Brito (que deu
origem à Caern) em setembro de 1961, quando tinha apenas 19 anos.
José Vicente, que até hoje atuou como presidente da Comissão de
Recebimento de Material na Unidade de Suprimento, iniciou a trajetória
na empresa como ASG.
O funcionário passou no vestibular para engenharia em 1968. Ao longo da
carreira, assumiu cargos de gerência, foi membro da Comissão de
Licitação, fiscal de obra, além de presidente do sindicato dos
caernianos. “Fechar este ciclo sabendo que qualquer município ou
distrito do RN recebeu alguma benfeitoria feita por mim, me traz uma
grande satisfação. Saio agora com a sensação de dever cumprido”,
enfatizou.
A trajetória de José Vicente, que assistiu e fez parte da criação da
Caern, se confunde com a própria história da Companhia. Assim também
acontece com outro colaborador da empresa, Saladino Bentes Rocha,
conhecido pelos corredores da empresa como “Arquivo Ambulante”.
Ele sabe todas as datas comemorativas, nomes, valores de obras e até
número de ligações domiciliares de cor e salteado. Basta citar um
acontecimento – que pode ser desde a posse de um novo presidente da
Caern até o aniversário de algum colaborador antigo – e ele já vai
falando a data com dia, mês e ano precisos. Nos valores, chega a citar
até mesmo os centavos.
Como bom contador de fatos do passado, lembra bem do primeiro dia de
trabalho. “Eu tinha apenas 20 anos quando um primo indicou meu nome a um
antigo diretor, Marcelo. Naquele tempo, não havia concurso público e
fui fazer entrevista em pleno sábado, dia em que havia expediente até o
meio-dia. Era dia 17 de outubro de 1964. Ele perguntou se eu sabia bater
máquina e disse que eu retornasse na segunda-feira, que o emprego era
meu”, lembrou Saladino. Ele trabalhou como datilógrafo, chefe de
Secretário Geral e, atualmente, empresta seus conhecimentos sobre a
empresa na Unidade de Protocolo e Arquivo.
“Sofri uma acidente e hoje sinto dificuldade para andar. Então, me
transferiram para uma sala que fica no térreo e hoje trabalho
reconhecendo funcionários em fotografias antigas, prestando informações
sobre obras e ações de outras décadas, auxiliando na construção e
preservação da história e identidade da Caern”, disse Saladino, que
aguarda apenas uma decisão do INSS para fechar o ciclo de trabalho na
empresa.
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