Programa está em fase de
finalização no governo paulista e prevê a bolsa para famílias de viciados.
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está prestes a concluir um
novo pacote de ações para combater a violência e o avanço das drogas no Estado.
Entre as principais medidas estará a transferência direta de dinheiro para a
recuperação de dependentes de cracke o incremento de 6.500 policiais no
patrulhamento das ruas. O programa será batizado de Cartão Recomeço e a
transferência de renda deverá ser feita por meio de um cartão similar aos utilizados
no sistema bancário.
A
ação de combate às drogas será semelhante à adotada pelo governo tucano de
Minas Gerais, o Cartão Aliança pela Vida. Iniciativas como essa ganharam o
apelido de “bolsa crack” ou “cartão crack”. O cartão tornará disponível a
quantia de R$ 1.350 mensais para as famílias dos dependentes (em Minas o valor
é de R$ 900) e esse dinheiro só poderá ser utilizado no tratamento dos
dependentes porque será repassado diretamente para as clínicas de reabilitação.
No total, até 3 mil famílias poderão ser beneficiadas em todo o Estado São
Paulo. Todos os detalhes do programa serão apresentados na quinta-feira pelo
governo Geraldo Alckmin.
Os
detalhes finais do programa estão sendo preparados pela Secretaria de
Desenvolvimento Social, comandada por Rodrigo Garcia. Como contrapartida, o
dinheiro terá de ser utilizado pelas famílias em ações que envolvam e
complementem o tratamento dos dependentes.
Pesquisa
realizada pelo Instituto Datafolha e divulgada na semana passada mostrou que
45% dos paulistanos apontam o envolvimento de jovens da família com tóxicos
como seu maior medo, seguido do temor da violência urbana. No começo deste ano,
o governo paulista deu início à internação compulsória dos viciados em crack,
que também foi respaldada pela população conforme outra pesquisa. O Cartão
Recomeço será, segundo o Palácio dos Bandeirantes, uma medida complementar ao
programa de internação. Ambos devem fazer parte do “atendimento diferenciado
aos dependentes químicos”, uma das bandeiras do governador.
No
final do ano passado, a prefeitura do Rio de Janeiro também anunciou o
lançamento da ajuda financeira a dependentes, mas a iniciativa até agora não
foi colocada em prática.
>>Internar à força resolve?
>>Sexo, crack e
gravidez
Policiamento
No
âmbito do combate à violência, o pacote, também a ser anunciado nos próximos
dias, vai colocar nas ruas cerca de 6.500 policiais a mais – 5.000 da Polícia
Militar e 1.500 da Polícia Civil. O modelo a ser utilizado para o aumento do
efetivo no patrulhamento será o da Operação Delegada, que já existe e prevê
parcerias do Estado com as prefeituras e ficou conhecido como “bico legalizado”
porque permite aos PMs desempenharem funções de atribuição do município nos
dias de folgas.
A
ideia em curso no Palácio dos Bandeirantes é criar uma Operação Delegada em que
o próprio Estado pague para os policiais trabalharem em suas horas de folga sem
precisar da parceria com as prefeituras.
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Revista Época/TN Notícia
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