sábado, 23 de março de 2013

E a Cajucultura?





A principal fonte de renda de nossa cidade está com sérios problemas, seu futuro comprometido, conseqüentemente, nossa economia local e desenvolvimento. Rodolfo Fernandes tem como fonte de renda basicamente recursos oriundos do poder público, empresas privadas e a principal que se gera o maior número de empregos diretos e indiretos, a agricultura, que tem como principal produto, a produção da amêndoa de castanha e a venda de caju in natura. Mas, pergunto: é somente a seca que está atrapalhando a Cajucultura? Não. O calcanhar de Aquiles é a forma de como nossa cultura foi realizada, as plantações, hoje, com baixas produtividades, receberam quase ou nenhum manejo ou trato cultural ao longo dos anos. A produção é proveniente de cajueiros gigantes, com idade média de 30 anos ou mais, ou seja, são florestas de cajueiros, que possuem uma atividade extrativista, logo, a produtividade vem decrescendo. O crescimento do número de pragas e doenças nos pomares, vem, afetando diretamente essa cultura. O custo/produção a cada ano cresce de forma geométrica, enquanto, a produção permanece em forma aritmética, na verdade decrescente. O produtor é refém das indústrias que manipulam o preço da castanha in natura, chegando ao absurdo de se importar castanha da África bem superior ao nacional. Em nosso Estado, às culturas do Algodão, Carnaúbas chegaram praticamente ao seu fim. A nosso ver, a Cajucultura caminha nesse sentido, o agricultor sem o apoio do poder público, endividados, sem perspectivas de um futuro melhor. Quem conhece a realidade do sertanejo sabe o que estou transcrevendo, fico perplexo, com tamanho descaso. Nossa cidade está sem a produção de feijão, leite, carne, sorgo, milho, mel, castanha, caju, com isso milhares de empregos deixaram de ser gerados, em outras palavras, faltará dinheiro na mão do agricultor e sobrarão dívidas. O que o agricultor precisa não é de seguro safra, ele carece de tecnologia, acompanhamento técnico e principalmente de valorização.  A Cajucultura está morrendo e poucos percebem. E se a Cajucultura chegar ao seu fim? A culpa é de quem? Do agricultor? Tomara que eu esteja errado, tomara.

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