Jovens
estudantes e integrantes de movimentos sociais fizeram hoje (2) uma marcha na
Esplanada dos Ministérios para reivindicar ações como educação pública de
qualidade, políticas públicas para a juventude no campo e combate ao racismo e
à violência contra os jovens. O movimento faz parte da Jornada Nacional de
Lutas da Juventude Brasileira, que conta com a adesão de cerca de 40 movimentos
sociais.
Ao
longo da marcha, que terminou em frente ao Congresso Nacional, os
representantes dos movimentos sociais expuseram os principais eixos de
reivindicação da jornada que são a destinação dos royalties do petróleo para a
educação; trabalho decente para a juventude; reformas política e agrária; e a
democratização da comunicação de massa.
Segundo
o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Daniel Iliescu, a educação
é um tema central da mobilização. "Existe uma bandeira principal que é a
destinação dos royalties do petróleo e do Fundo Social do pré-sal para
financiar a educação. O investimento de 10% do PIB [Produto Interno Bruto] na
educação pode ser viável sim, desde que aproveitados os royalties do petróleo.
Queremos chamar a atenção da sociedade, do Congresso e do governo".
A
juventude rural também marcou presença na marcha. A representante da Fetag-MG (Federação
dos Trabalhadores da Agricultura de Minas Gerais), Marilene Faustino, contou
que a luta dos jovens do campo é por políticas públicas que se adequem às
especificidades do meio rural.
"Quando
as políticas públicas chegam ao campo, chegam com um monte de desafios que não
atendem as necessidades específicas da região. A educação no campo é uma das
pautas que temos apresentado, a reforma agrária é outra luta constante. Nos
sentimos muito prejudicados pela falta de políticas públicas no campo para a juventude",
relatou.
A
agenda da educação também foi defendida pela Ubes (União Brasileira de
Estudantes Secundaristas). O diretor de Assistência Estudantil da entidade,
Mateus Diniz, defendeu uma ampla reforma no sistema de ensino. "O debate
tem que ser feito pensando em uma escola que esteja de acordo com o século 21.
A escola ainda é muito atrasada, não existe inserção da tecnologia. O estudante
que sai do ensino médio hoje não é preparado para entrar na universidade e no
mercado de trabalho", disse.
A
expectativa da organização da jornada de lutas é que uma comissão seja recebida
na próxima quinta-feira (4) pela presidente Dilma Rousseff para apresentar a
pauta de discussões. A organização do movimento estima em 3 mil o número de
pessoas que participaram da mobilização. A estimativa da Polícia Militar do
Distrito Federal é que a marcha contou com 4 mil participantes. Após o
encerramento do ato, diversas pessoas entraram no espelho d'água do Congresso
Nacional.
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